Atualmente, constata-se no Brasil a redução das oposições em todos os níveis de Governo. Essa diminuição não é apenas quantitativa, mas principalmente qualitativa, uma vez que o pequeno número de políticos que dizem fazer oposição não tem ainda um discurso capaz de gerar avanços para a sociedade.
No nível federal, não há propostas concretas da oposição no sentido de criar alternativas para o que o Governo vem implantando. Mesmo com todas as críticas de grande parte da imprensa (principalmente a sulista) ao Governo e ao PT, os partidos de oposição vêm perdendo cada vez mais adeptos, por falta de projetos. Além disso, é cada vez maior o número de “oposicionistas” que aderem ao Governo, buscando regalias e atenção para suas bases eleitorais.
O fato causa um esvaziamento das discussões sobre assuntos de grande importância, como se constata nos dias de hoje que a única bandeira da oposição é criticar o Ministro Palocci.
No nível estadual, apenas um Deputado faz oposição sistemática ao Governo Cid, mas, mesmo assim, na maioria das votações vota a favor das mensagens do Governador. Ressalte-se que esse Deputado dito oposicionista pertence a um partido da base do Governo, que ocupa vários cargos de destaque na Administração.
Nos municípios a falta de autonomia das oposições é até mais grave. Principalmente no Sertão Central e Inhamuns as oposições são geralmente cooptadas em troca de favores e cargos na Administração. Poucas são as vozes que tentam contestar as atitudes da Administração e apontar os erros cometidos.
Até os que se proclamam candidatos a prefeito e a vereador nas próximas eleições contra a atual Administração, evitam manifestações públicas que contestem os descalabros municipais. Acham que se apontarem os erros podem ser mal vistos pelos eleitores como se fossem apenas críticos.
Quem se propõe a ser candidato nas próximas eleições deve se posicionar publicamente sobre seus pontos de vista e sobre a atual administração de seu município, apresentando alternativas. Contudo, o que se vê na maioria dos pretensos candidatos, são projetos em torno de grupos e pessoas, e não apenas em torno de propostas e alternativas.
A oposição qualificada tem papel essencial para o avanço social de qualquer município, e, sem ela, não há democracia. Os eleitores também devem cobrar de seus representantes posicionamento sobre as questões administrativas, pois o que se vê é a maioria dos vereadores aceitando passivamente todas as atitudes, ou omissões, do Poder Executivo.
Deodato Neto
Um comentário:
Parabens, muito sucesso Deodato Neto, sempre colocando suas opiniões sem afetar ou atacar A ou B
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